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A profissão de cuidador de idosos vem aumentando expressivamente no Brasil, de forma muito rápida, vindo a se tornar a que mais cresceu nos últimos 10 anos, segundo levantamento do Jornal Folha de São Paulo, de dezembro de 2018. Esse crescimento obviamente está ligado ao envelhecimento da população que estamos acompanhando nos últimos anos e que será assunto cada vez mais presente daqui para frente.
Ainda segundo a pesquisa, 85 % dos profissionais contratados para a função são mulheres com ensino médio.
Mas, como em todas as profissões ligadas à área da saúde, não basta apenas querer trabalhar com isso. Mais do que desenvolver as atribuições necessárias através de cursos, de estudo, de prática, é necessário que se tenha o dom para a coisa.
Falo sobre ter a paciência necessária para acalmar um paciente portador de demência que se encontra agitado, serenidade para não julgar determinadas atitudes ou hábitos de uma pessoa que tem o dobro (ou o triplo da sua idade) e que vem de outra época muitíssimo diferente da nossa. Muito sangue frio para não revidar um tapa na sua mão simplesmente porque você não o avisou que iria abrir a sua fralda naquele momento…
Também é importante que, além de técnica adequada, o candidato a cuidador saiba como agir no seio de uma outra família, onde inevitavelmente passará a ter intimidade com os outros moradores. Deve respeitar a biografia de seu paciente, tratando-o não como “vô” ou “vó”, mas sim como ele sempre gostou de ser tratado. Evitar fazer julgamentos, respeitar a família e seu paciente e fazer o seu trabalho da melhor forma possível, com ética e discrição.
É necessário que o cuidador saiba identificar os sutis sinais de doenças nos idosos, saiba reconhecer riscos potenciais no ambiente e também ter noções de primeiros socorros. Passear e acompanhar o paciente ao médico e fornecer corretamente as medicações. E nunca se esquecer de uma coisa muito importante: não fazer por ele, mas sim, com ele. Dando suporte na medida certa, mas não o privando de tentar fazer algo, pois aí estará atrapalhando ao invés de ajudar.
A preservação das funções de seu paciente deve ser sempre prioridade!
Por último, mas não menos importante: o cuidador deve descansar…muito.
Porque cuidar de idosos requer muita energia e dedicação, mas em compensação a recompensa pode ser muito maior do que se esperava.
Geriatria – Dr Roberto M. Betito
http://geriatriafacil.com.br